O mundo do trabalho!!!
Considerando-se o caminho histórico temporal do processo de globalização (que começou há cem anos atrás), estamos vivendo atualmente os impactos da quinta fase deste processo a fase da incerteza. Nesta, as sociedades (sejam centrais,periféricas ou semiperiféricas) enfrentam-se cada vez mais com novas fontes de pressão, problemas de multinacionalidade e de politecnicidade, e questões sociais que atingem uma dimensão também global. O chamado "capitalismo tardio/multinacional", reorganiza as bases do mundo do trabalho para manter a obtenção máxima de saldos, pois como diz I.Wallerstein, "o acúmulo de capital requer uma evolução contínua na organização da produção".
Assim, temos hoje um processo de produção no qual: a padronização cede lugar a uma grande variedade de produtos (a atração está no diferente); o controle de qualidade está presente em cada ritmo e seqüência do processo, pois com a ampliação da concorrência ganha quem conquista e, os grandes estoques deixam de existir (a cada dia a mídia gera novas necessidades de consumo). No mundo do trabalho, o multiprofissional ocupa o lugar daquele que domina apenas uma tarefa; o treinamento é supervalorizado; a criatividade do trabalhador é incentivada, e a liderança participativa rompe com o comando autoritário.
Para que esta reorganização seja possível, a estrutura do mercado de trabalho está se adaptando ao novo paradigma produtivo e tecnológico, cujas palavras de ordem são: produtividade, competitividade e lucratividade. Porém esta adaptação está sendo feita com um custo social bastante elevado e conseqüências imprevisíveis para as próximas décadas. A ruptura do compromisso traz consigo um mercado no qual o emprego regular ,com segurança, salários reais, vantagens sociais, começa a se tornar escasso para a maioria; em seu lugar surge o emprego temporário, parcial, casual, e outras modalidades que representam na verdade, o chamado "desemprego disfarçado", cujas condições de trabalho estão muito abaixo dos padrões aceitáveis, e reeditam o pré-fordismo principalmente nos países subdesenvolvidos. Somando-se a este, o "desemprego estrutural"(ou "tecnológico") está afastando um grande número de pessoas do mercado de trabalho; torna-se global, e tende a crescer na mesma proporção dos requisitos tecnológicos.
A reorganização do mundo do trabalho na economia globalizada, portanto, é paradoxal; gerando uma incerteza em todos os aspectos do trabalho (mercado, emprego, renda e representação), constitui-se na realidade numa desorganização, que, está refletindo também no modo de viver, de pensar e sentir a vida hoje. Se a segunda revolução industrial trouxe a conversão do trabalho em trabalho assalariado, a terceira está trazendo o fim deste, e convertendo progressivamente ciência e tecnologia em forças produtivas, o que representa grandes desafios para o processo formativo e educacional do homem.
Um comentário:
oi,linda mulher
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